Amanhã faço anos. Hoje escrevo sobre o que realmente significa viver.
Dec 01, 2025 11:07 pm
Amanhã, dia 2/12, às 7h30 faço anos.
E, antes que o mundo comece a dizer-me parabéns, quero dizer-me verdade.
2025 foi um ano raro. Estranho. Duro. Produtivo. Silencioso por dentro e cheio de movimento por fora. Um daqueles anos que nos obrigam a olhar para o espelho com mais honestidade do que conforto. Um daqueles anos que nos perguntam, sem rodeios: Estás a viver ou apenas a existir?
Durante muito tempo da minha vida, existi.
Trabalhei muito. Avancei muito. Produzi muito. Acumulei diplomas, cargos, viagens, responsabilidades, países, histórias. Atravessei continentes — mas não atravessava a mim.
Este ano, pela primeira vez em muito tempo, parei.
Voltei ao corpo.
Voltei à casa.
Voltei à verdade.
E aprendi algumas coisas simples — e absolutamente estruturantes — sobre o que significa viver depois de tantos anos a funcionar em automático.
1. A vida melhora quando deixamos de correr atrás de tudo
E começamos a correr ao encontro de nós.
Larguei o excesso. Larguei o que não me sustenta. Larguei pessoas, ritmos, expectativas e narrativas que já não me pertenciam. Aprendi a proteger o que me faz respirar — mesmo que isso implique desagradar a quem preferia a minha versão silenciosa.
2. O corpo não mente
E este ano foi o ano em que decidi ouvi-lo.
Regulação, pausa, maturidade emocional. Não para me isolar — para estar inteira. Há uma diferença radical entre parar de fazer e começar a existir com presença. Foi isso que 2025 me ensinou.
3. Limites não afastam. Organizam.
Este ano construí limites adultos, firmes, tranquilos.
Não foram paredes — foram estruturas.
E foi impressionante perceber quantas relações se tornam leves quando deixamos de ser infinitas.
4. A simplicidade é uma forma avançada de consciência
Plantas, animais, rotinas pequenas, rituais honestos.
Mais silêncio, menos ruído.
Mais verdade, menos pressa.
A maturidade emocional é feita disto: foco, intenção, responsabilidade.
5. Viver não é dramático. É corajoso.
Exige atenção.
Exige lucidez.
Exige aceitar que a vida que queremos viver só existe quando temos coragem de deixar morrer a vida que nos esgota.
Amanhã faço anos.
E o meu maior presente é perceber que estou, finalmente, a construir uma vida que não preciso de fugir. Uma vida que me escolhe de volta. Uma vida adulta, ética e inteira.
Se há algo que o meu trabalho e estes anos me têm mostrado é que não precisamos de esperar por aniversários para recomeçar.
Recomeça-se no dia em que dizemos a primeira verdade.
No dia em que escolhemos a primeira fronteira.
No dia em que paramos — e finalmente respiramos.
Se estás num momento assim, ou se precisas de clareza para entender o teu próximo passo, cria espaço para isso. Com método. Com presença. Com consciência.
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Um abraço com verdade e lucidez,
Anabela Reis
Psicologia Aplicada | Ciência Emocional | Desenvolvimento Humano